segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Feliz Natal

Este é um post antigo, que reedito neste Natal.

“Porque um menino nos nasceu, [...] Principe da Paz” Isaías 9,6
Acredito que todos conheçam esta promessa presente no livro do Profeta Isaías, e que aponta para o nascimento de Deus-menino: Jesus. A promessa tem muitos significados, muitas linhas de interpretação. Mas como não sou exegeta, nem biblista, gostaria de pensar com vocês apenas em dois aspectos da promessa: 1) o nascimento do menino e 2) a paz. Duas coisas que estão presente no nosso dia-a-dia. Duas realidades que vivemos a cada instante. Meninos e meninas que nascem e morrem diante de nossos olhos e a ausência de paz que se propaga velozmente ao nosso redor.
Crianças são espancadas, violentadas, exploradas, comercializadas diariamente. Todos os dias há uma notícia de descaso com meninas e meninos. E nem nos lembramos delas. Ver crianças sendo exploradas ou deixadas ao léu parece que tornou-se algo normal, parece que nos acostumamos com estas cenas, já passamos por estas crianças e desenvolvemos a capacidade de não enxergá-las. A capacidade não de ser invisível, mas de tornar às coisas que não nos dizem respeito invisíveis. E estas meninas e meninos não fazem parte de nosso universo, daí não a enxergarmos. Só quando de alguma forma somos ameaçados por eles, quando se sai da “paz”, é que reconhecemos a existência destes pequeninos.
Mas o Menino-Deus disse certa vez que o Reino de Deus é destes pequeninos, e mais que quem não se tornar como um deles não pode ver este Reino. Que maravilha, precisamos nos tornar como crianças: inocentes, crédulas, amigas, inquietas, espontâneas, verdadeiras. Jesus nasceu e viveu como criança, para nos mostrar a beleza e a pureza do Reino de Deus.
A criança nos traz a memória a alegria, a pureza, a simplicidade, a inocência. A criança renova nos homens e mulheres a esperança, as forças para que mundo se torne melhor. A criança aproxima famílias que vivem em desarmonia, reacende amizades, reanima corações solitários.
Natal é a celebração do nascimento de uma criança. Deus se fez criança, para nos mostrar o que ele espera de nós. Natal é mais que celebração, é momento de assumir compromisso. É hora de refazer à aliança com o Senhor Eterno. Aliança que inclui essas crianças que deixamos a mercê da sorte. Penso que neste Natal precisamos, não distribuir panetones nas ruas ou arrecadar presentes e distribuir numa favela (ou comunidade que é mais chiq). Necessitamos de ações que dêem as crianças ESPERANÇA, a mesma que encontramos no Senhor Jesus. Necessitamos de Igrejas, Cristãos. Líderes religiosos menos demagogos, e com mais ação. Precisamos de menos pirotecnia eclesial, estatal, comercial. E necessitamos de que o Menino-Deus torne-se verdadeiramente o Príncipe da Paz.
Por isso, penso paz não como a ausência de guerra, ou a presença maciça de militares nos morros do Rio de janeiro. Paz real acontece quando o Deus-Menino nasce, brota na vida dos homens e mulheres. Na noite de seu nascimento, lá em Belém da Judéia, se ouviu um coral de anjos anunciando e cantando: “na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor [...] Glória a Deus nas alturas, Paz na terra [...]” (Lucas 2, 11-14).
Por isso Natal é Paz. Mas como o Natal deve ser diário, esta paz não se resume apenas em alguns instantes. Ela é eterna.
Que este Natal seja diferente. Que ele marque o seu compromisso com o Senhor Eterno. Que aconteça Natal na sua vida! Feliz Natal!
@zerominho

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