sábado, 20 de março de 2010

FILEMON – Colaborador Missionário - Filemom 4-7

Há algo de precioso nestes 04 versículos. Paulo agradece ao Deus Eterno, de forma constante pelo ministério desenvolvido por Filemom. O grande missionário Paulo sabia que naquele servo de Deus ele encontraria os elementos fundamentais de um Colaborador Missionário. É assim que podemos chamar Filemom.

Precisamos despertar dentro da IPIB “filemons” – Colaboradores Missionários. Os “natanaéis” já estão nas ruas das cidades, nas favelas, no interior, nas escolas – evangelizando, discipulando, fazendo o Reino acontecer. Agora é a hora de em nossas igrejas surgirem “filemons”, homens e mulheres que tenham os elementos encontrados neste companheiro missionário do apóstolo: amor, fé, companheirismo, dedicação, palavra de ânimo, hospitalidade. Os nossos missionários necessitam desse apoio, desse ombro amigo. Não só intercedendo, mas também contribuindo, preparando hospedagem, enviando correspondências, enfim, sendo um COLABORADOR.

Então nossos missionários vão poder dizer: “Dou graças ao meu Deus, lembrado-me de ti (Léa e Paulo, Raul e Vera, Patrícia, Renato, D. Corina, Sr. Honestálio, D. Julieta, D. Bárbara, Sr. Inocêncio, Sra. Angelita...) sempre nas minhas orações... Pois tive grande gozo e consolação da tua caridade, porque por ti, ó irmão (ã), o coração dos santos foi reanimado”.

Zé Rominho

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Coisas Novas

Coisas Novas

O que é a fé? Esta é uma pergunta que ouvimos bastante. A resposta clássica é aquela que o escritor aos hebreus deu no capítulo 11: “É a certeza das coisas que se esperam e a convicção das coisas que se não vêm”. Ótimo! Uma definição bíblica. Mas o que isso realmente significa?

Gente, já passei por muitas coisas nesta minha existência. Já vi muitas coisas. Mas faltava algo mais concreto, mais real. Como ministro da Palavra e dos Sacramentos ensinei muitas coisas nas muitas comunidades em que ministrei. Mas jamais havia experimentado de forma tão real o CUIDADO DE DEUS. E por aí que quero começar a conceituar a FÉ.

Fé a certeza do cuidado de Deus. É a certeza de que Deus vai agir no tempo certo (que é o tempo dele). Sabe aquele gol do capitão Carlos Alberto na final da Copa de 70, onde Pelé ao receber a bola só faz virar e toca para o capitão vir de trás e marcar o gol (essa foi para quem teve o privilégio de assistir a copa como eu tive). Pelé sabia que o Capitão etária ali, sabia que ele iria agir, no tempo certo. Assim é a fé que Deus nos dá. Ele nos dá a certeza de seu cuidado no tempo certo.
E cuidado é zelo, é atenção, é proteção, é carinho.
O exercício da fé é que não é fácil. Até porque vivemos em um mundo de trocas, de comércio, onde ninguém faz nada sem um retorno. E no mundo que vivemos o tempo é cruel, é devorador. Não dá para esperar. No exercício da fé o elemento tempo não pode ter como referência o humano. No exercício da fé não pode existir a troca, o comercio, o tome - lá dê cá. No exercício da fé o que conta é a relação de dependência do ser humano em relação a Deus.

Sim, dependência. Pois Deus com seu poder cuida de toda a sua criação, mas cuida de forma especial daqueles que dependem dele. Lembram do Sermão do Monte? Dos “lírios do campo”? E fé é deixar Deus cuidar de nós.

Pois bem irmãos. Neste tempo chamado hoje (o único real segundo Santo Agostinho), tenho realmente experimentado este cuidado. Tenho visto realmente como Deus conforta, alimenta, zela, protege aqueles que deixam ELE CUIDAR. Isso é fé.

O que é mais interessante nisso tudo, é que esta fé, este deixar Deus cuidar, não é um ato humano. É ação do próprio Deus. “A fé é dom de Deus”. Parece brincadeira, mas é muito sério.

Abraços do seu amigo/irmão ZÉ ROMINHO

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Receita de Dona Cacilda

RECEBI ESTE EMAIL DE UMA AMIGA, JANNEANNE. VOCES SABEM QUE NÃO SOU DE REPASSAR ESTE TIPO DE MENSAGEM. MAS GOSTEI DESTA, E RESOLVI POSTAR.

BOM FIM DE SEMANA!

Dona Cacilda é uma senhora de 92 anos, miúda, e tão elegante, que todo dia às 08 da manhã ela já está toda vestida, bem penteada e discretamente maquiada, apesar de sua pouca visão.

E hoje ela se mudou para uma casa de repouso: o marido, com quem ela viveu 70 anos, morreu recentemente, e não havia outra solução.

Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando a atendente veio dizer que seu quarto estava pronto. Enquanto ela manobrava o andador em direção ao elevador, dei uma descrição do seu minúsculo quartinho, inclusive das cortinas floridas que enfeitavam a janela.

Ela me interrompeu com o entusiasmo de uma garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho.

- Ah, eu adoro essas cortinas...
- Dona Cacilda, a senhora ainda nem viu seu quarto... Espera um pouco...
- Isto não tem nada a ver, ela respondeu, felicidade é algo que você decide por princípio. Se eu vou gostar ou não do meu quarto, não depende de como a mobília vai estar arrumada... Vai depender de como eu preparo minha expectativa.

E eu já decidi que vou adorar. É uma decisão que tomo todo dia quando acordo.

Sabe, eu posso passar o dia inteiro na cama, contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que não funcionam bem...
Ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem.

- Simples assim?
- Nem tanto; isto é para quem tem autocontrole e exigiu de mim um certo 'treino' pelos anos a fora, mas é bom saber que ainda posso dirigir meus pensamentos e escolher, em consequência, os sentimentos.

Calmamente ela continuou:
- Cada dia é um presente, e enquanto meus olhos se abrirem, vou focalizar o novo dia, mas também as lembranças alegres que eu guardei para esta época da vida. A velhice é como uma conta bancária: você só retira aquilo que guardou. Então, meu conselho para você é depositar um monte de alegrias e felicidades na sua Conta de Lembranças. E, aliás, obrigada por este seu depósito no meu Banco de Lembranças. Como você vê, eu ainda continuo depositando e acredito que, por mais complexa que seja a vida, sábio é quem a simplifica.

Depois me pediu para anotar:
COMO MANTER-SE JOVEM

1. Deixe fora os números que não são essenciais. Isto inclui a idade,o peso e a altura.
Deixe que os médicos se preocupem com isso.

2. Mantenha só os amigos divertidos. Os depressivos puxam para baixo.
(Lembre-se disto se for um desses depressivos!)

3. Aprenda sempre:
Aprenda mais sobre computadores, artes, jardinagem, o que quer que seja. Não deixe que o cérebro se torne preguiçoso.

'Uma mente preguiçosa é oficina do Alemão.' E o nome do Alemão é Alzheimer!

4. Aprecie mais as pequenas coisas.


5. Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto. Ria até lhe faltar o ar.
E se tiver um amigo que o faça rir, passe muito e muito tempo com ele ou ela!

6. Quando as lágrimas aparecerem, aguente, sofra e ultrapasse.
A única pessoa que fica conosco toda a nossa vida somos nós próprios.
VIVA enquanto estiver vivo.

7. Rodeie-se das coisas que ama:
Quer seja a família, animais, plantas, hobbies, o que quer que seja.
O seu lar é o seu refúgio.

8. Tome cuidado com a sua saúde:
Se é boa, mantenha-a.
Se é instável, melhore-a.
Se não consegue melhorá-la , procure ajuda.

9. Não faça viagens de culpa. Faça uma viagem ao centro comercial, até a um país diferente, mas NÃO para onde haja culpa

10. Diga às pessoas que ama que as ama a cada oportunidade.

E, se não mandar isto a pelo menos quatro pessoas - quem é que se importa?
Serão apenas menos quatro pessoas que deixarão de sorrir ao ver uma
mensagem sua.

Mas se puder pelo menos partilhe com alguém!


"De nada vale a pena se não tocarmos o coração das pessoas."

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

PRIORIDADES NA VIDA

É muito interessante como somos desafiados pela Vida. E coloco a Vida aqui com letra miúscula, pois estou me referindo a Vida como um processo existencial (bem filosófico isso!). Pois é, a Vida nos desafia. Nos desafia a tomar decisões.

É aí que somos pegos de surpresa. Ou melhor, somos chamados a estabelecer as prioridades para que a própria Vida não venha nos cobrar a conta mais tarde. Mas é justamente no estabelecer prioridades que a situação fica mais complicada. PRIORIDADE PARA QUEM? Eis uma pergunta que se faz necessário fazer.

Se estabelecemos a prioridade pensando em nós mesmos, podemos ser chamados e acusados de egoístas. Se pensamos na família, somos classificados de "fracos". Se colocamos as relações econômicas (e aqui entra o trabalho), somos taxados de interesseiros. Puxa! A quem ou o que priorizar?

Sinceramente, nunca fui muito bom de decisões. Sempre procurei fugir delas. Talvez uma tendencia depressiva (Freud deve explicar melhor). Por isso sempre precisei de ajuda na hora de priorizar para decidir. No início foi minha mãe e minha avó. Como me ajudaram a tomar decisões. Agradeço pela vida das duas. Mas depois, me vendo sozinho, o que e como fazer?

Encontrei e encontro hoje na pessoa do Senhor Eterno aquele que me auxilia na hora de priorizar, logo de tomar decisões. Assim, a melhor e maior das prioridades chama-se DEUS. Daí, as decisões passam a ser tomadas tendo Deus como prioridade.

Desta forma, a Vida, ao cobrar amanhã alguma coisa, vai cobrar de Deus (é mesmo o DEUS LHE PAGUE). Aparentemente é uma fuga. Mas afirmo para voces que não. Priorizar Deus é uma experiência verdadeira. E que alegra profundamente o coração daqueles que procuram conhece-lo e viver ao seu lado.

Estes dias precisei tomar algumas decisões, e priorizar algumas coisas. A quem recorri: DEUS. Quem priorizei: DEUS.

No meu caso (aqui vai um testemunho muito pessoal), permanecer em Aracaju, em um emprego que já não me alegrava, ou seguir caminho mesmo sem emprego para continuar meus estudos. Era uma decisão difícil. Me perguntei várias vezes nestes 5 anos de Aracaju, o porque da nossa vinda (minha e de minha família). Deus respondeu: Cuidar do povo dEle que se chama hoje de 6a. IPI. Passou.

E agora? Por que permitir ser aprovado no doutorado na UFRN? Não sei. Sei apenas que como há 5 anos não consegui emprego em Salvador e o Senhor Eterno me trouxe para Aracaju. Hoje, priorizando Ele, deixo Aracaju e sigo para cursar o doutorado.

As coisas estão encaminhando. Continuo sem emprego, mas crendo que ao priorizar a Ele, "algo bom vai acontecer" como diz uma canção.

Não sei você, mas tenho aprendido muito com Deus.

Abraços

Zé Rominho

domingo, 3 de janeiro de 2010

Primeiro dia útil do ano!

Expectativa!
Esta é a palavra que quero usar nesta primeira postagem do ano.

Este primeiro dia traz consigo exatamente isso: expectativa.

De um ano melhor, de uma vida mais saudável, de relacionamentos mais estáveis, de produções mais bem elaboradas.

Mas também expectativa de menos violência, menos medo, menos desprezo pelo próximo, menos vaidade.

Vamos esperar.

Abraços a todas e todos.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Fim de Ano

Acabou! Graças a Deus 2009 foi embora. Não porque foi um ano ruim, mas pela expectativa de um novo ano.

O Ano que estar para entrar traz uma série de esperanças. É ano de eleição presidencial, de governadores, do Legislativo (federal e estadual), e de eleição na Igreja Presbiteriana Independente do Brasil. É ano de Copa do Mundo. É ano de iniciar novas coisas (no meu caso o doutorado).

2010 promete: Mudanças, continuidades, transformações, vitórias e muitas outras coisas.

A vida é muito bela. O fato de estar acabando um ano já motivo de vitória. A possibilidade de começar um novo ano é maravilhoso.

Feliz Ano Novo!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

O que isto: a família?
Rev. José Rômulo de Magalhaes Filho

Há algum tempo que estou para escrever um texto sobre o que é a família. Sei que tem muita coisa escrita. Coisas boas e coisas nem tão boa assim. Não pretendo ser última palavra, apenas quero contribuir com algumas reflexões. E espero poder contribuir com esta temática cada vez mais atual.

Neste pequeno texto vou deixar de lado um pouco do academicismo, que é tão marcante nos textos de professores universitários que vivem em busca de publicar. Vou seguir um estilo próprio, deixando as idéias fluírem, e buscando construir com vocês uma idéia própria de família. Não que venha a ser original, pois as idéias aqui apresentadas, são com toda a certeza, fruto de leitura e reflexão de textos de outros autores. Uns mais conhecidos outros nem tanto. Mas toda construção parte de material á existente, e é isso que pretendo apresentar aqui.

Quero iniciar pensando no que se tem feito com a família. Ela já foi sagrada, já foi leiga, já foi maldita, já foi à salvação da sociedade, já foi à miséria da sociedade, e agora o que de fato é? Daí o título deste ensaio: o que é isto: a família? Quando me refiro a “isto”, estou falando de algo bem próximo a mim e a você. Estou falando de algo que diz respeito a todos nós: A FAMÍLIA.
A sociedade ocidental, de matriz cristã, tem como modelo a família de Jesus, a chamada de sagrada família. Um modelo familiar bastante divulgado, e tido como o ideal: pai, mãe e filho. Tão influenciador, que as fotografias familiares, com base nas imagens da sagrada família sempre mostram os pais sentados juntos, arrodeados de seus filhos. É a figura mais comum, tanto que falamos de modelo familiar. E modelo é para ser seguido, copiado. Aí entro com a primeira reflexão sobre modelo familiar. Será que a sagrada família pode ser considerada com modelo pelos nossos padrões cristãos? Vejamos.

Maria mãe de Jesus casou grávida. José tentou fugir para não desmoralizar sua esposa . Jesus quando criança fugiu seus pais para ficar no templo de Jerusalém, desobedecendo a uma ordem familiar . Pois bem esse é o modelo familiar que inspira a sociedade cristã a pelo menos 20 séculos. E se formos para outros exemplos de família na Bíblia, vamos perceber que não há um modelo específico a seguir. Muitas vezes queremos construir paradigmas para facilitar nossas cobranças e imputações de regras, para controle social. Neste modelo cristão desenvolvido pela sociedade ocidental, família é a reunião de um homem e uma mulher, que tem como função social (e espiritual) gerar filhos. E os filhos devem obedecer a seus pais como exemplo a ser seguido.

Se este fosse o modelo realmente a ser seguido, pais cristãos nunca deveriam expulsar suas filhas grávidas de casa, nem rapazes abandonarem suas namoradas grávidas pelo caminho. Então o que é isto: a família?

De Sagrada, a família passou a ser leiga. Isto é, ela secularizou-se. Passou a ser percebida não como um símbolo religioso, mas como um núcleo social de onde se estabelece a primeira regra para a vida social. Segundo Rousseau é a única sociedade que não escraviza, pois a dependência é natural, porém não por muito tempo, pois quando o jovem resolve ficar em casa submetendo-se as normas de convivência, deixa de ser livre, e aí no dizer de Rousseau, é por conveniência, e não liberdade. A família neste momento passa a ser espaço de regras. O que faz o homem deixar de ser livre.

A sociedade capitalista percebeu a família como instrumento de divulgação de suas regras e o primeiro espaço de construção de indivíduos consumistas. Assim investiu com todas as suas forças na formação de uma sociedade familiar. Regras de convivência, regras de consumo, regras de comportamento, etc. É a sociedade que passa cumprir regras gerais, e esta família (chamada por alguns de nuclear) passa e ser o grande modelo a ser seguido. Obediente, consumista e sorridente. Juntos no Natal, no dia de ação de graças, nas celebrações cívicas, diante da televisão. Sempre junta e feliz, como disse Zeca Baleiro: “Já tenho um filho e um cachorro, Me sinto como num comercial de margarina, Sou mais feliz do que os felizes, Sob as marquises me protejo do temporal”.

É uma reedição do modelo aristotélico , onde a família é o primeiro nível de sociedade, o espaço onde se aprende a ser membro da polis (político, cidadão), mas não é o espaço em que este homem vai se desenvolver completamente é apenas o primeiro nível. Só na polis o ser humano poderá viver completamente a sua felicidade. Família é assim o espaço de formação moral e cívica da sociedade. É nela que se prepara verdadeiros cidadãos (ou políticos, para manter a linguagem aristotélica). Este modelo foi assumido pela sociedade capitalista, e referendado pelo cristianismo. A família e a célula mater da sociedade. Já ouviu isso? Com certeza. Na escola, na igreja em algum programa de televisão.

Daí em diante a família foi execrada. Todos os males sociais são fruto da vida familiar: traumas psicológicos, famílias “desajustadas”, “desestruturadas” (como eu tenho bronca destas expressões). Se há aumento do consumo de drogas, da violência, de gravidez na adolescência, a culpa passou a ser da família, que não foi suficientemente capaz de orientar seus filhos. Então a sociedade percebeu que quanto mais se separa e se casa mais se consome. Quanto mais filhos se têm com parceiras (os) diferentes, mais se gasta (advogados, terapias, viagens etc). De santa a maldita, foi como um raio que ao cair deixa suas marcas.

E então, o que é isto: a família? Depois de execrada, o próprio Estado passa a valorizar a família. São programas espaciais para a família: PSF (Programa de Saúde da Família), PAIF (Programa de Atenção Integral a Família), etc. Percebe-se a família como célula mater, porém integrando-a com o poder central e soberano do Estado. Mas o que é a família mesmo?

Penso que família é muito mais do que a associação de pessoas. Penso que família é muito mais do que laços sanguíneos e de parentesco. Penso que a família não é a salvadora da sociedade, nem muito menos a raiz de todos os seus males.

Acredito na responsabilidade que a sociedade (organizações sociais) tem de preservar a família, mas também na responsabilidade de indivíduos de viverem em família na perspectiva de sair-de-si-mesmo em encontro com o outro.

Assim trago três conceitos de família que me chamam à atenção. Um conceito vem da justiça, e está no texto da Lei nº 11.340, de 2006), no seu art. 5o, II (a LEI MARIA DA PENHA), e afirma que a família deve ser "compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa".

Já o conceito religioso diz que a “família constitui uma dimensão fundamental da sociedade. A família – hoje é necessário precisá-lo – é entendida como união entre um homem e uma mulher, necessariamente referida à geração dos filhos e publicamente reconhecida pelo contrato matrimonial. (Angelo Scola, 2003, p.211).
Para os institutos oficiais de pesquisa família é o grupo domiciliar. Assim, nos censos demográficos e outras pesquisas domiciliares (tipo PNAD), o alcance máximo de uma família vai até os limites físicos da moradia. Uma mesma família (definida pelos laços de parentesco e de ajuda mútua) que ocupe dois domicílios é contabilizada como duas famílias.
O Estado continua pensando suas políticas Públicas, a partir de um modelo nuclear moderno. E este olhar impede a sociedade como um todo perceber novos arranjos conjugais. Novos arranjos familiares.

É aí que penso em um conceito de família que abrange os conceitos acima, e nos leva a pensar família como um arranjo social, que se adapta as realidades de cada época. Aquela fotografia, baseada na Sagrada Família, mudou. Na foto não só existe o pai a Mãe e os filhos. Há uma mulher que não é mãe de um dos filhos do Pai. Que na verdade não é o pai de duas das filhas da Mãe, mas é o pai de uma criança linda que tem como Mãe a mesma das duas filhas. Confuso? É o novo retrato de família. Sem modelo, apenas um arranjo. Um agrupamento social que tem côo papel educar, transmitir valores, crenças, normas, construir sonhos, patrimônios,
Assim família é “uma associação de pessoas que escolhe conviver por razões afetivas e assume um compromisso de cuidado mútuo e, se houver, com crianças, adolescentes e adultos (Szymanski). Penso na família nesta perspectiva, a do vínculo afetivo, do cuidado mútuo. O que trás para o núcleo familiar a responsabilidade de cada um dos seus membros sair-de-si-mesmo em encontro com o outro.

E neste caso as configurações familiares não seguem um modelo. Não há família melhor ou pior. Estruturada ou desestruturada. Faça um exercício. Pense na sua família. Construa uma árvore genealógica: pais, irmãos, avós, tios, primos, genros, noras, sogro, sogra etc. Perceba como sua família extrapola sua unidade doméstica. Perceba que em algum “galho” desta árvore há algo que foge um padrão estabelecido. Veja a “estrutura” da sua família. Confesse, ela não é tão “certinha” assim. E você está aí. Criando seus filhos, na igreja, cidadão participante da vida social. Sabe por quê? Porque cuidaram de você, e lhe deram afeto. Isso chama-se vida familiar.
Não existe uma família ideal ou um modelo pré-determinado de família, existem famílias reais. Independente de sua configuração, a família continua sendo a instituição social responsável pelos cuidados, proteção, afeto e educação das crianças pequenas, ou seja, é o primeiro e importante canal de iniciação dos afetos, da socialização, das relações de aprendizagem.
Na família deve haver solidariedade, integração, afetividade, parceria, construção coletiva, regulação sexual, reprodução, respeito, proteção, ensino, aprendizagem, dedicação ao grupo etc. A família é o lugar em que o ser humano melhor se expressa como Ser. Na família há relação. E o homem e a mulher são seres de relação. Seres para verem vínculos afetivos e se cuidares mutuamente.

Isto é família.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O Dilema entre o Professor e o Pesquisador

Acredito que todos nós professores que se dedicam a vida acadêmica passam por este dilema. Como ser professor (preparo de aulas, correção de provas, procesos acadêmicos, reuniões, capacitações, atividades de extensão, trabalhos etc) e ao mesmo tempo ser pesquisador (participar de Congressos, escrever em busca de publicação, ir a campo coletar dados...).

Sinceramente eu ainda não consegui. Não sei se a culpa é minha que não sei "otimizar" o tempo, ou da "carreira" do magistério. E quando falo carreira estou me referindo ao corre-corre mesmo, e não a vida profissional.

Talvez o colega da Universidade Pública não tenha este problema, mas nós das Universidade particulares sofremos. E o pior, no início de cada semestre solicitam nossos currículos lattes atualizados. Bem, aí nossas atualizações (com raras excessões) ficam apenas nas disciplinas que lecionamos e nas dezenas de orientações que realizamos. Aquele colega da Universidade Pública apenas orientou 2 ou 3.

É a vida de professor não é tão glamourosa assim.


Zé Rominho

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Ano Novo: alunos novos, problemas velhos

É gente, começou mais um semestre letivo. Novas turmas (as disciplinas são as mesmas), novas espectativas, mas os velhos problemas. Alunos preocupados com o conteúdo da prova, preocupados com a "grossura do livro", com o tamanho da apostila, com o tipo de avaliação, etc.

Todo semestre os velhos problemas. Quando vamos chegar em sala de aula e ver os alunos ansiosos por aquilo que será discutido naquele semestre, os conteúdos que vão assimilar e agregar na sua formação profissional a partir dali?

Quando veremos os alunos cheios de espectativas pelo novo professor? Alunos que queiram saber quais os seus projetos de pesquisa, quais as novas tecnicas, ou o que mais recente ele vai trazer para auxiliar na construção do conhecimento.

Não é isso que encontramos. Mas alunos procurando saber quantos "ele" (o professor) reprovou no semestre passado. Como são suas provas, se é "carrasco" etc.

Que distancia entre a espectativa do professor e a do aluno. Um abismo se encontra entre peofessores e alunos. Sinceramente não sei como fazer para construir uma ponte entre estes dois mundos diferentes. Talvez, seja este a minha angústia como professor.

Escolhi esta profissão por prazer. Por acreditar que poderia junto com outras pessoas (os alunos), ser parceiro na construção de uma sociedade diferente. Mas, cada vez mais não venho encontrando estes parceiros, vem ficando escasso. Encontro pessoas que querem apenas passar (passar de semestre, passar pela universidade, passar pela vida), sem serem condutores, apenas passageiros da vida. É o que me deixa agustiado.

Aqui e acolá, aparece um parceiro, uma parceira. Viva! Agora vai! São poucos, mas ainda são o meu combustível para continuar a minha caminhada de construção de vida (de pontes).

Tenham todos um ótimo semestre letivo.


Zé Rominho.