domingo, 16 de outubro de 2011
DIA DO PROFESSOR 2011
domingo, 14 de agosto de 2011
MAIS UM DIA DOS PAIS
Eu gosto destas datas comerciais. As pessoas ganham dinheiro, outras gastam. Os filhos ficam eufóricos em comprar presentes, os que vão receber (neste caso os pais) fazem aquela média de que não estão nem aí para o que vão receber (mentira pura!), e ainda dizem: “não precisava”.
É assim com o dia das mães, dos pais, natal, dia dos namorados e por aí vai. Tem sempre um “não precisava”. Mas se voce não der, ou não lembrar de telefonar ao menos… A casa cai. As pessoas ficam tristes, se consideram diminuídas, esquecidas e menos importantes. Como isso é interessante.
Estas reações, de quem recebe e de quem dá, revela como nossas relações estão fragilizadas. Como deixamos de pensar no outro como pessoa. A lembrança vem no bojo de uma data específica. E aqui estou falando da lembrança de dar e de receber. Há pessoas que só se lembram dos outros quando são esquecidas (paradoxal isso!).
É por isso que gosto destas datas. Elas revelam a sociedade que vivemos e as pessoas que somos. Numa só palavra: interesseiros. Pode parecer até meio estranho eu falar isso, mas é assim que vejo as relações hoje em dia. Quando estabeleço relações com base no dar e receber, crio relações superfúlas, frágeis. Quando penso no outro como pessoa, ser humano, alguém que como eu quer ser amado, independente do é ou tem, não espero algo em troca. Apenas vou ao encontro dele.
É desta forma que penso o dia dos pais. Mais um dia. Mais um dia de sair de mim mesmo ao encontro desinteressado do outro. Do outro que como eu quer ser amado, respeitado, entendido.
Se me perguntassem o que gostaria de ganhar nos dias dos pais, responderia: UMA SOCIEDADE MENOS INTERESSEIRA, E MAIS HUMANA. Incluindo aí os filhos e os pais.
É isso aí. Abraços!
@Zerominho
domingo, 12 de junho de 2011
A VIDA - ALGUMAS REFLEXÕES
sábado, 26 de fevereiro de 2011
O ato de Envelhecer
Eu gostaria de começar citando o grande Chico Buarque em uma das suas premiadas obras, Leite Derramado: "(...) com a idade a gente dá para repetir certas histórias, não é por demência senil, é porque certas histórias não param de acontecer em nós até o fim da vida."
O mundo atual, feito para supervalorizar a juventude, diz que não podemos mais usar a expressão VELHO. Não é politicamente correto. São tratamentos de beleza, exercícios físicos e outras coisas mais para não envelhecer. Ser saudável é PARECER JOVEM. Como ser velho fosse sinônimo de ACABADO, DOENTE...
Fazer 60 anos com toda a tecnologia que permite se viver mais, ainda é um privilégio. Privilégio de alguém que viveu muitas histórias. Ter tido a oportunidade de viver muitas experiências e ter feito parte da história. Feito sua história e participado de outras histórias, de pessoas, de lugares, de mundos.
Penso que este é o sentimento que passa pela mente da personagem de Chico Buarque ao dizer: “certas histórias não param de acontecer em nós até o fim da vida”. Somos seres de experiência. Ou melhor, vivemos experiências a todo instante, e viver é transformar estas experiências em sentimentos, conhecimentos, histórias.
Pois bem, é na Bíblia que aprendemos que experiências transformadas em sentimentos, conhecimento e história são a base para uma vida feliz e abençoada. Vejamos o que diz o salmista: “Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria” (Salmo 90,12).
Contar os dias é contabilizar experiências. Transformando-as em vida. O vigor da juventude não produzirá o frutos desejados caso sejam utilizados sem sabedoria. Envelhecer é saber viver com sabedoria estas experiências.
Jovens nos chamam de retrógrados, museu, dinossauro etc. Mas nós (aqui me enquadro), somos na verdade sábios. Para Platão, os sábios não estavam mais preocupados com a força, com os prazeres temporários, mas dedicados à vida. Não só a nossa, mas também do outro: filhos, netos, esposa, amigos... É isso que a sabedoria faz conosco: impulsiona-nos a cuidar do outro. Ter coração sábio é saber cuidar do outro. Saber contar os dias é transformar as experiências da vida em cuidado.
É Walderly, muitas coisas poderiam ser ditas, mas vou ficando por aqui. E desejo a você uma “velhice” maravilhosa. Sabendo que vão vir limitações, mas acima de tudo virão alegrias. Alegria de cuidar do outro, alegria de ser cuidado pelos outros, alegria de lembrar-se das coisas que fez e oportunidade de fazer coisas novas, mas também oportunidade de deixar de fazer coisas que não são tão legais assim.
Parabéns pela vida a você e a todos nós que envelhecemos.
@ZEROMINHO
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
LEMBRANÇAS
Esta semana o Facebook me fez encontrar algumas pessoas que sem estas ferramentas virtuais, as chamadas redes sociais, dificilmente eu teria alguma notícia. E quando relembramos bons momentos da nossa vida somos tomados por um sentimento chamado de saudade. Uma “coisa” boa acontece conosco. Boas lembranças, e somos transportados para outra dimensão.
É justamente sobre lembranças que quero escrever hoje.
O mundo atual não nos permite ter lembranças. As notícias que nos chegam já mastigadas dos meios de comunicação (internet, telejornais etc.) não possibilita digerir a notícia anterior. Só para exemplificar, em janeiro a notícia foi a tragédia da região serrana do Rio de Janeiro, logo mudou o foco, e passou a se falar da crise no Egito. Esta semana foi à aposentadoria de um jogador de futebol. E a cada novo “furo” jornalístico, deixa-se de lado a notícia “antiga”. Esta avalanche de informação não permite que tenhamos lembranças. Não há tempo para refletir sobre o ocorrido, logo não se transforma a informação em conhecimento. Sem conhecimento não há lembranças.
O mundo da informação é fantástico. Um exemplo disso é como pude reencontrar pessoas via a rede mundial de computadores. Mas este mundo também é trágico. Pois ele faz com que o ontem pareça que nunca existiu. A lembrança é o modo que temos de perpetuar momentos. De tornar inesquecível aquilo que de algum modo foi importante para a construção de nossa existência. Mesmo algumas situações que nos são desagradáveis, que nos vêm à lembrança, foram importantes na nossa formação como pessoa.
Lembranças são informações que foram pensadas, processadas, refletidas. Experiências vividas que se tornaram em verdadeiro conhecimento. Conhecimento de vida. Por isso, quando há um acelerador, algo que acenda a chama, elas vêm à baila (adoro esta expressão). E vêm trazendo consigo sentimentos, idéias, desejos etc.
Neste momento me vem à lembrança o Salmo 126: “Quando o Senhor trouxe os cativos de volta a Sião, foi como um sonho. Então nossa boca encheu-se de riso...” É, quando no cativeiro se lembravam das coisas da Terra Prometida, eles tinham grandes e boas lembranças. Isso significa que as experiências vividas foram tão boas, tão especiais que eles não esqueceriam jamais. Experiências que foram fundamentais na construção da identidade daquela nação. Lembranças são reflexos daquilo que vivemos, logo nos ajudam na construção da nossa identidade.
Lembrar da minha adolescência estes dias e dos meus primeiros meses de vida pastoral a partir do reencontro (mesmo que virtualmente) com algumas pessoas que conviveram comigo, me fez perceber o como é importante processar as informações e transformá-las em conhecimento. Este conhecimento foi responsável pela pessoa que sou hoje. Estes amigos fazem parte da minha vida. Aprendi com eles e com as situações vividas. Foram experiências vividas por isso mesmo fundamentais na construção da minha existência enquanto pessoa.
Talvez por isso se diga por aí que “Recordar viver”.
Abraços
@zerominho
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Cansei de Cobranças
Aprendi desde cedo que somos responsáveis pelas nossas escolhas, e isso nos faz automaticamente responsáveis pelos nossos atos. Esta lição que aprendi em casa, com minha avó e com minha mãe me possibilitou nunca fugi das minhas decisões. Isso não significa que não tenha errado, ou não tenha me arrependido de algumas atitudes. O que significa é que sempre as enfrentei.
E porque trago isto à baila neste momento? Por um motivo muito simples: as pessoas têm medo de assumirem seus erros e de enfrentar suas escolhas, mesmo que sejam acertadas.
Em um mundo de resultados, somos cobrados sempre pelo lucro que temos ou podemos dar a alguém (inclusive instituições). Se tomarmos uma atitude que reflita algum tipo de perda, nós somos execrados, somos visto com desconfiança, e até “perdemos” alguns amigos. Por mais consciente que seja nossa decisão, por mais que enfrentemos as situações, as pessoas nos cobram resultados, sempre considerados positivos na leitura destes cobradores de atitudes.
Confesso que cansei de cobranças deste tipo. Ser responsável é não fugir das situações que a vida nos coloca e das que não geram lucro.Ser responsável é enfrentar a vida sem medo. Ser responsável é não estar preocupado em gerar lucro, mas sim VIDA.
Por esta semana é só. Abraços e tenham uma semana feliz!
@ZEROMINHO
domingo, 16 de janeiro de 2011
A EQUAÇÃO DA VIDA
O mais incrível é que sabemos destas coisas e continuamos acreditando que dominamos as situações. Continuamos a buscar acreditando que encontraremos o que queremos, que faremos como desejamos, que realizaremos o planejado. Não sei se chamo isso de ilusão ou de ingenuidade.
A vida é simplesmente uma incógnita. Há momentos que parecem que temos o domínio da situação, outros que não conseguimos enxergar soluções viáveis. Diante desta incógnita o que fazer? Como resolver esta equação da vida?
Lembro da minha vida de estudante secundário. Amava resolver equações de 1º e 2º graus e achar o valor de “x”. Passava horas resolvendo equações. Algumas vezes criava as minhas, com graus de dificuldade cada vez maior. Se eu soubesse que a própria vida iria criar suas equações, eu teria treinado mais para hoje saber as respostas para as equações da vida.
A auto-suficiência nestas horas não serve para nada, não resolve a equação da vida. Minha única esperança é saber que a resposta existe. Posso não saber onde e como encontrar, mas ela existe.
Para todas e todos uma ótima semana!
@zerominho
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
PRÓSPERO ANO NOVO!
Esta é uma saudação comum nestes dias. Passado o Natal, as pessoas se preocupam com a festa do ano novo, ou como se convencionou a dizer: réveillon. Uma expressão que se tornou comum em nosso meio. E junto com o réveillon aparece a saudação PRÓSPERO ANO NOVO. Lembro-me das festas de passagem e ano na casa de minha avó paterna. Ao redor da mesa, cantando “Adeus Ano velho, feliz Ano Novo” e fortemente marcado pela ideologia global “Hoje a festa é sua é de quem quiser”. O melhor era a comida que era bem farta naquele dia.
Pois bem, gostaria de pensar com vocês neste meu post de fim de ano sobre estas três palavras separadamente: PRÓSPERO, ANO E NOVO.
Vou começar com a prosperidade. Todos nós queremos prosperar, e a idéia principal ao se desejar para alguém um ano próspero está em que o outro tenha uma melhor condição financeira no ano vindouro. “Muito dinheiro no bolso” diz à música que todos conhecemos.
Desejamos aos outros, mas no fundo queremos isso para nós. É uma saudação bumerangue. Queremos um ano mais rico do que o que está acabando. Sim, esta é a realidade. Sem hipocrisia. Por melhor que o ano tenha sido no que se refere a vida financeira, nós não estamos satisfeitos e queremos mais prosperidade. Até aí tudo bem. Penso que o problema começa quando focamos apenas nisto.
É neste contexto de um foco apenas na prosperidade financeira que pessoas usam roupas íntimas amarelas, põe semente de romã na carteira, e outras simpatias. Alguns que se dizem cristãos evangélicos chegam a fazer correntes, campanhas de oração para obter tal prosperidade. Lastimável.
Desejo a outros e quero para minha vida prosperidade na vida familiar, no conhecimento de Deus, na formação acadêmica etc. A vida é um conjunto de coisas e que esperamos em Deus que prosperem.
A outra palavra é ano. Como adoramos segmentar a vida. Contamos os dias e as horas. Separamos as estações do ano e elegemos a que preferimos. Há uma necessidade de fragmentação do tempo. Lembro de Santo Agostinho: "Que é, pois, o Tempo? (...) Se ninguém me perguntar, eu sei; se o quiser explicar (...) já não sei". Nesta ansiedade para se entender o tempo, o dividimos, o segmentamos. E aí tentamos descartar o que é tempo passado.
Ao se desejar que o ano seguinte seja próspero, as pessoas tentam dizer: ANO que vem vai ser melhor. E alguns até dizem: até que enfim acabou este ano! Por quê? A experiência da vida não é válida? O ano findo não lhe trouxe nada de bom?
Creio que o ano que se finda, este pedaço do tempo que fragmentamos e chamamos de ano, deveria servir para aprendizado. Cada segmento de tempo é parte de nossa existência, logo elemento para reflexão. O desejo não deve ser de fim, mas de continuidade. Nós existimos como seres de continuidade.
Para encerrar quero pensar sobre o novo. Que necessidade de excluir o velho do nosso meio. Incomodam-me aquelas eternas charges do ano “velho” caído, curvo, de barba grande e branca, com ares de tristeza despedindo-se, enquanto o ano novo, criança sorridente se aproxima cheia de “vida”. Qual a necessidade de pensar o passado, como velho, como doente, que não tem mais energia e o que é pior, que não pode mais executar nada.
O novo deve estar lado a lado com o velho, pois ele só existe porque o velho construiu os caminhos para que chegasse até aqui. O novo nada mais é do que o ontem hoje. Toda a esperança que vem com o novo, é devido ao que aconteceu antes.
Então que neste ano de 2011, que vem cheio de esperança (novos governantes, novas expectativas, etc.), com possibilidades de grandes realizações, você, eu e todos possamos ser felizes. Sejamos prósperos do conhecimento de Deus, e cheios de vontade para fazermos aquilo que neste fragmento de tempo chamado 2010 não conseguimos realizar. Que a maior de todas as novidades venha a ser a nossa felicidade.
Vou desejar a você e a todos (inclusive eu mesmo) um 2011 abençoado pelo Senhor Eterno e repleto de paz. Um ano muito feliz.
Zé Rominho
@zerominho